Chapter 157
Chapter 157
Capítulo 157
Ela não queria mais… Ela nem se importava com Amado, estava tão aflita para se desvencilhar dele que nem seu filho, a joia que antes mais valorizava, desejava manter!
Inês, como você pode ser tão insensível!
Todos presenciaram, diante do balcão do hospital, um homem de traços harmoniosos, como se estivesse desprovido de alma, paralisado no local que a mulher já tinha abandonado, imóvel, como se em pedra se transformasse. Content rights by NôvelDr//ama.Org.
Seu coração parecia ostentar uma lacuna, sangrando sem parar, vertendo de seu peito para cada célula de seu ser. Ele não compreendia o que ocorria. Inês havia renunciado ao seu filho, deixando Amado totalmente a seu cargo, e ele deveria sentir–se contente.
Contudo, seu coração pulsava em descompasso, como prestes a sucumbir de sofrimento. Noe Serpa inspirou profundamente várias vezes, provocando o rubor sanguíneo em seus olhos.
Alguém apressou–se em sua direção, era Dorival, trazendo alguns papéis: “Sr. Serpa, minhas desculpas pela demora, acabei de presenciar a Sra. Guedes sendo liberada…”
Noe Serpa retornou a si confuso, fitando o semblante de Dorival, que sussurrou: “Acabou.”
Dorival titubeou: “O que o senhor quer dizer com isso, Sr. Serpa?”
Tudo tinha chegado ao fim.
Inês lhe havia entregue Amado diretamente. É isso, não era o filho que ele desejava? Não era Amado que ele utilizava para pressioná–la? Agora que ela optou por abandoná–lo voluntariamente, por que ele ainda se sentia tão angustiado?
Porque ele não possuía mais nada que pudesse reter Inês ao seu lado.
Ele a havia pressionado a tal ponto que ela não tinha mais coragem de desejar seu próprio filho!
Subitamente, Noe Serpa sentiu–se como se todas as suas forças o abandonassem, respirando com dificuldade, a dor lancinante em seu peito o
sobre seu coração, como se isso pudesse minorar fazia agarrar–se à roupa
tormento.
Porém, ele não conseguia encontrar alegria. Tudo o que ocorreu era exatamente o que ele almejava, então por que… por que ele estava tão desolado?
Os olhos de Noe Serpa inundaram–se de lágrimas, e ele reprimiu com imenso esforço todos os pensamentos em sua mente, murmurando com dificuldade: “Leve Amado para a casa dos Serpa.”
“E a Sra. Guedes?” – indagou Dorival, ao lado.
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“Ela… ela desistiu do Amado.”
Embora Amado fosse o abandonado, Noe Serpa sentia como se ele próprio também tivesse sido deixado para trás.
No dia em que Inês partiu, a chuva desabava torrencialmente. Ela chegou em casa completamente ensopada, mas Inês, como se o frio não a afetasse, despiu–se e tomou um banho quente. Ela permaneceu sob o chuveiro, e a mulher chorou, com o rosto banhado pela água quente, sem distinguir entre lágrimas e água corrente.
Depois, sentiu–se tão exaurida que se ajoelhou, a água quente descendo por suas costas esguias e percorrendo seu corpo, o som da água preenchendo o ambiente, e o vapor se espalhando.
Ela teve a impressão de que já estava morta.
A água quente não era capaz de aquecer seu coração gélido, seu peito estava tão oprimido que Inės golpeou com força, mas em vão.