Capítulo 85
Capítulo 85
Tudo aconteceu de forma tão repentina que, quando a bala atingiu o rosto de Flavia, ela não emitiu som algum, e todos pensaram que a criança estava apenas se divertindo. Content protected by Nôv/el(D)rama.Org.
“Flavia!” Thales, era claro que viu e immediatamente a segurou.
Flavia estava tão atordoada com a dor que quase não conseguiu se manter de pé.
Foi só quando Thales chamou por ela que as pessoas ao redor se viraram e, tardiamente, perceberam que Allan havia atingido Flavia. Eliana puxou Allan para perto de si, fingindo estar zangada enquanto o repreendia, “Que coisa, Allan! Pare de fazer bagunça.”
Ahan resistiu, ainda tentando disparar novamente em Flavia, mas foi prontamente impedido por seu pai.
“Sem gracinhas, me dê esse brinquedo.” Oscar Vaz tentou pegar a arma de brinquedo das mãos de Allan, mas ele a segurou firme e não quis entregar.
“É minha!”
Thales afastou as mãos de Flavia e examinou seus olhos, por sorte o tiro foi apenas perto do canto do olho, mas aquele olho estava completamente vermelho.
Ele olhou de lado para Allan, que foi assustado pelo seu olhar gélido e esqueceu de reagir.
Eliana, tentando amenizar a situação, rapidamente veio verificar o olho de Flavia e logo disse, “Parece que não é nada sério, é só uma arma de brinquedo, não deve doer tanto assim.”
O olho de Flavia estava tão vermelho que não parecía normal, e o local atingido estava um pouco roxo.
Thales lançou um olhar para Eliana, “Como você sabe que não dói?”
“É só um pequeno projétil de plástico, quanto pode doer? Thales, eu sei que você se preocupa com Flavia, mas não precisa fazer tempestade com uma criança, certo?”
“Então com você?” Thales disse com sarcasmo, “Como sua mãe, sendo responsável, o que pretende fazer para resolver isso?”
Eliana ficou sem palavras, segurando a raiva e disse, “É só uma arma de brinquedo, precisa disso tudo…”
“Precisa.” Thales a interrompeu sem piedade.
“Você…” Sem ter o que fazer, Eliana se virou para buscar apoio em Reinaldo, “Pai, nós finalmente voltamos para casa, e é assim que você nos trata?”
“Se não quer ver a gente, não precisava ter nos chamado. Isso aqui não é jantar, é só receber desprezo. No fim das contas, somos estranhos, todos podem nos intimidar.”
Dona Duarte não gostou do que ouviu, “Eliana, você não está certa ao dizer isso. Se te considerássemos uma estranha, não teríamos te chamado. Você pode estar chateada, mas não generalize, quando eu te tratei mal?”
“Chega! Não acabaram de fazer drama?” Reinaldo também perdeu a paciência, “Por causa de uma bobagem dessas, querem montar um teatro? Chamei vocês para jantar e agora sou o culpado!”
Quando Reinaldo falou, todos se calaram.
Mas mesmo falando tanto, ele não mencionou o fato de Flavia ter sido atingida, o que acabou parecendo indiferente.
Reinaldo então disse, “Eu só quero saber se jantar ou não?”
Flavia, de cabeça baixa, ficou quieta, a pálpebra ardendo intensamente. O projétil de plástico realmente não doía, mas dependia de onde atingia.
Não era tanto a dor física, mas a dor de se sentir isolada e negligenciada por todos.
Thales então disse, “Ainda há necessidade de continuarmos este jantar?”
Reinaldo o olhou friamente, “O que você disse?”
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Thales o enfrentou calmamente, repetindo palavra por palavra, “Eu disse que este jantar não é mais necessário. Você realmente acha que, com essa atmosfera, podemos sentar tranquilamente à mesa para comer?”
Havia uma certa lógica nas palavras de Thales, quase todos presentes estavam emocionalmente abalados, tornando o jantar desconfortável.
Foi então que Oscar se levantou, tentando suavizar a situação, “É apenas um pequeno mal–entendido, somos uma família, não vamos deixar uma pequena coisa estragar nossa harmonia.”
“Uma pequena coisa?”